Filosofia
de taxista
O passageiro nem tinha se acomodado
direito no banco do carro e o motorista, querendo mostrar cordialidade durante
o trajeto, sapecou a seguinte pergunta:
- O senhor é casado?
- Sim, sou – respondeu, surpreso, o
usuário daquele táxi.
E o taxista continuou:
- Primeiro casamento?
- Sim.
E aí chegou no ponto que o motorista
queria.
- Pois vou lhe dizer, doutor. Mantenha
seu casamento. Não adianta separar. Eu fiz isso, achando que ia achar uma
mulher melhor. A segunda foi pior que a primeira. Separei novamente. E a
terceira está pior do que a anterior. E se ela me disser para pular a janela eu
salto e volto, porque não quero nem imaginar como seria com a quarta mulher.
Deus me livre!
Conversa
de pescador
Tinha um grupo de pescador conversando
num bar. Cada um se gabando de que tinha conseguido fisgar um peixe maior do
que o outro.
O mineirinho, que até então tinha
ficado calado, só ouvindo o lero-lero dos outros, resolveu intervir naquele debate etílico-ictiológico e disse que
na sua cidade ele era considerado quem tinha pescado o maior peixe já visto na região, que alcançou
dois palmos e meio.
Aquilo foi motivo de risada, pois a
maioria garantia que peixe com dois palmos e meio era usado como isca para
atrair as outras espécies maiores. Mas o matuto lá das Alterosas quis saber:
- E como é que vocês medem o peixe?
- Ora – disse um – a gente mede do
rabo para a cabeça.
- É por isso. O peixe que eu estou
falando tinha dois palmos e meio de um olho para o outro.
Fim
do mundo
Aquela noite escura num céu desprovido
de estrelas já era motivo de assombro para muitos naquele interior nordestino.
Para complicar ainda mais as coisas, a
crente mais beata da cidade chegou em casa jurando de pé junto que o mundo ia
se acabar. Tudo porque tinha visto uma luz misteriosa sobrevoando o lugarejo.
A sobrinha que morava com ela tentou
convencê-la do engano, mas ela puxou a parente para a janela e apontou para o
alto. Realmente, uma ofuscante luz branca passeava no firmamento num ritmo
lento, mas constante.
- Está vendo? – indagou a carola. É o
sinal dos tempos. Vamos rezar.
Já com um pouco de medo mesmo que a dúvida
persistisse, a jovem acompanhou a tia, de cabeça baixa e ajoelhada em frente à
janela rezando com sofreguidão e apertando o terço gasto pelas muitas novenas
paroquiais.
Com um canto de olho, contudo, a moça
percebeu que o objeto voador começou a fazer uma volta sobre seu próprio eixo e
mostrou o outro lado de sua estrutura, onde sob forte iluminação brilhava um
letreiro onde estava escrito: PEPSI.
Era um dirigível fazendo propaganda de
refrigerante, para desapontamento da idosa, que já estava até gostando da ideia de o
mundo chegar ao seu final.
Nenhum comentário:
Postar um comentário