segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Casamento




        Diz uma música antiga do Trio Nordestino que “se casamento fosse bom, não precisava testemunha” – a canção se chama Amor não faz mal a ninguém.

        Imagino que os artistas nordestinos quisessem fazer uma espécie de brincadeira, ao mesmo tempo em que transmitiam uma mensagem de que, acima das formalidades, sejam elas legais ou religiosas, prevalece o sentimento de união entre o homem e a mulher, conforme consta de outro trecho, a saber: “Pra que padre? Pra que juiz? se o que faz a gente ser feliz É amar, amar, amar, amar, amar e querer bem”.

        Hoje em dia, contudo, a instituição “casamento”, de uma maneira geral, não anda muito valorizada. Aquele juramento de “até que a morte nos separe” passou a ser somente da boca para fora.

        Os meios de comunicação, principalmente as televisões, através de suas novelas, diuturnamente mostram situações em que casais se formam e se desmancham como se fosse a coisa mais natural do mundo. Ao longo de um desses folhetins, por exemplo, é possível a um ator ou a uma atriz ter dois, três ou mais relacionamentos amorosos. Um só, porém, é muito difícil.

        Eu não sou sociólogo ou tenho formação em qualquer outra ciência social, mas possuo cá minhas convicções. Acredito na família como base de sustentação de uma nação, de construção de um mundo melhor para todos, onde a justiça e a paz possam prevalecer igualitariamente.

        Mas é triste presenciar tantos lares se desfazendo por motivos fúteis, apenas porque um dos cônjuges deixa de gostar do outro, sem, na maioria das vezes, fazer o menor esforço para manter o relacionamento, quando já não se separa porque tem outra pessoa em vista ou mesmo compromissada. É moda falar no “meu ex” ou “minha ex”.

        Sei que cada caso é um caso, e cada um sabe onde o sapato aperta. Mas as pessoas podem, e devem, lutar mais por seus matrimônios, sem priorizar o patrimônio, nunca esquecendo daquela chama inicial que as aproximou, até mesmo através de um simples olhar. Fora algumas situações culturais específicas (ou interesses, que antigamente se denominava “golpe do baú”) ninguém se casa ou vai morar junto obrigado.

        Uma separação, à qual não se pode, a meu ver, atribuir culpa exclusiva somente a um dos lados, é dolorosa para os dois envolvidos, e em havendo filhos para eles também, não importa a idade. Tenho o pensamento de que aqueles e aquelas que persistem na constância das suas escolhas amorosas contribuem sobremaneira para que a convivência comunitária se fortaleça. O meu exemplo, o exemplo de meu vizinho pode servir em todo um bairro e se espalhar numa cidade e daí para outras fronteiras.

        Toda essa conversa é porque nesta data, 16 de dezembro de 2019, eu e minha mulher, Jussara, fizemos 41 anos de casados. Uma vida junto, histórias vivenciadas, caminhos percorridos. Filhas criadas, netas e neto em crescimento. Nem tudo foram flores, mas estamos de pé.

        E se for da vontade divina, ainda temos mais alguns muitos quilômetros à frente para que sejam trilhados de mãos dadas.

         

       

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