domingo, 25 de maio de 2025

Hábitos

 

Lao-Tze, também conhecido por Lao-Tzu, autor do livro Tao Te Ching, chinês fundador do taoísmo filosófico, teria dito: “Toma consciência dos teus pensamentos, pois resultam em palavras. Toma consciência das tuas palavras, pois resultam em ações. Toma consciência das tuas ações, pois resultam em hábitos. Toma consciência dos teus hábitos, pois resultam em caráter. Toma consciência do teu caráter, pois resultará no teu destino”.

 

Bom, me lembrei dessa frase, na parte relativa às ações/hábitos, quando fiz recentemente minha visita de rotina anual ao cardiologista. O médico já é conhecido da família, pois cuidou da minha mãe, da minha sogra, cuida de mim, da minha mulher e dos irmãos dela e alguns amigos. Ele é do tipo sincerão, ao ponto de, enquanto fazia uma requisição de exames de sangue, dizer que não ia pedir avaliação do meu nível de testosterona porque eu não faço nenhum tipo de atividade física. Pode isso, Arnaldo?

 

Mas aí não resisti quando o doutor me mandou emagrecer (não sei quantos quilos peso, porque quando a balança chega em 80 eu pulo fora) e praticar exercícios. Retruquei: “O senhor já me disse isso no ano passado. Não tem nada de novo para falar? Toda a vez é a mesma conversa?” Porém, piadas à parte o assunto é sério. Sem dúvida que rotinas mais saudáveis são indicadas para todas as idades, em especial aos idosos, pois todo mundo sabe que vai morrer, mas ninguém tem pressa.

 

Quando minha mãe fez 90 anos, e me disse que eu estava gordo, prometi que no centenário dela estaria com barriga tanquinho. Ela faleceu perto dos 97, e acho que estou desobrigado da promessa, mas, com certeza, uns quilinhos a menos e uns músculos a mais não farão mal nenhum, ao contrário, serão bem benéficos. Assim, já acertei com minha consorte e a caçulinha de 38 anos de idade, que também tem um ligeiro sobrepeso, que vamos agir para modificar hábitos alimentares e voltar à academia.

 

Decisão essa tomada hoje à mesa do almoço, enquanto degustávamos um delicioso frango assado (aqueles da televisão de cachorro), acompanhado de sorvete de chocolate na sobremesa e uns dois ou três copos (pequenos, diga-se de passagem) de Coca-Cola, que é para digerir toda a gordura ingerida. Estamos, porém, nos preparando psicologicamente para de 1º de junho em diante criar vergonha na cara.

 

O cardiologista que me aguarde. No ano que vem ele vai ter uma surpresa. Quem viver, verá. E Deus permita que eu também viva até lá e muito mais além. 


Amém!

quinta-feira, 8 de maio de 2025

Conclave

 

Não, não estou falando do filme de mesmo nome que vem fazendo sucesso num desses canais de streaming. Me refiro à reunião dos cardeais católicos realizada no Vaticano que aconteceu nos últimos dois dias para a escolha do sucessor do argentino Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, recentemente falecido.

 

A famosa frase latina habemus papam foi pronunciada nessa tarde (08/05/25), no horário de Brasília, pelo protodiácono Ângelo Mamberti, para aplausos de uma multidão que lotava a Praça de São Pedro. Após três votações inconclusas, a fumaça branca subiu pela chaminé da Capela Sistina: o líder de 1,4 bilhão de católicos (estimativa) tinha sido escolhido.

 

Desta feita, o agraciado com pelo menos 89 votos dos 133 eleitores foi o cardeal norte-americano, naturalizado peruano, Robert Francis Prevost, que escolheu o nome de Leão XIV. Anteriormente, ocupava, na Cúria Romana, os cargos de prefeito do Dicastério para os Bispos (órgão responsável pela nomeação de bispos) e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina. Em seu primeiro pronunciamento, pediu paz no mundo.

 

Por ordem superior (minha mãe) frequentava missa na minha infância e início da adolescência. Fui batizado e até crismado, mas atualmente (e já se vão 40 anos) sigo outra denominação religiosa, de caráter espírita, cristã e reencarnacionista. Mas nada tenho contra o Catolicismo ou qualquer outra religião. Entendo que todas cumprem o importante papel de manter um ligação da humanidade com Deus ou Alá ou Adonai (Jeová), e até mesmo Buda ou no hinduísmo com suas inúmeras divindades. Para mim, todos formam um único e mesmo Criador.

 

Sabemos que ainda não somos perfeitos. Falhas existem em todos, e como seres humanos estamos passíveis de erros. O Catolicismo (e as demais religiões também) enfrentou muitos problemas com denúncias de abusos sexuais, desvio de recursos e homossexualidade. Uma das regras que vejo como das mais difíceis é a do celibato clerical – a sexualidade, a meu ver, é uma condição inerente tanto ao homem quanto à mulher. No popular: difícil de segurar.

 

Entretanto, todas, entre lideranças e praticantes, acredito, têm pessoas de bem, que verdadeiramente buscam servir ao próximo, considerando a prática da caridade uma verdadeira demonstração do amor de Jesus Cristo. Trabalhos sociais relevantes acontecem no mundo todo, e a prática da fé tem sido um bálsamo para muitos que sofrem ou sofreram com as agruras da vida terrena. Além disso, valores éticos e de respeito importantes (a família, por exemplo) estão presentes, orientando a conduta de uma sociedade.

 

É claro que numa estrutura enorme igual a da Igreja Católica Apostólica Romana muitos são os interesse escondidos, e a estrutura de poder se movimenta, quase sempre, para manter o status quo. Porém, toda renovação, a princípio, é válida.

Que o novo pontífice efetivamente contribua, conforme manifestou no seu primeiro pronunciamento, para a paz mundial, mas lembrando que ela começa primeiro dentro de cada um de nós.

 

Assim seja!

sexta-feira, 2 de maio de 2025

Maio

 

 

“Azul do céu brilhou/ E o mês de maio enfim chegou/ Olhos vão se abrir para tanta cor/ É mês de maio, a vida tem seu esplendor”.

 

E assim canta Almir Sater nessa linda composição intitulada exatamente Mês de maio, coautoria com Paulo Simões.

 

Maio é o mês que tem duas regências – Touro e Gêmeos. Além disso, é o quinto mês do calendário gregoriano e o terceiro dos sete que têm 31 dias. Em latim escreve-se Maius, em homenagem à deusa grega da fertilidade Maya.

 

Para o catolicismo, é totalmente dedicado à Virgem Maria, por conta da primeira aparição de Nossa Senhora, em 13 de maio de 1917, às três crianças pastores em Fátima, Portugal. Anos antes, mas no mesmo dia, aqui no Brasil, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que aboliu a inominável escravidão em solo pátrio. E mais anteriormente ainda, em 20 de maio de 1498, o navegador português Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia.

 

Entre as datas comemorativas destaca-se o Dia do Trabalhador ou Dia do Trabalho, logo no 1º de maio, efeméride com nuances históricas e políticas que remontam à uma greve de operários, em 1886, em Chicago, nos Estados Unidos. Muita água passou por debaixo da ponte e o que era para ser um momento de luta e reflexões por direitos da classe operária virou um feriado na base de churrasco e cerveja.

 

Enfim, vida que segue, até porque a inexorável marcha do tempo não permite muitas divagações e arrodeios e ilações metafísicas. Já estamos no quinto mês de 2025 e tudo permanece como dantes no quartel de Abrantes, com as mesmas notícias antigas se repetindo de corrupção, desvios e/ou privilégios de uma forma tão generalizada em todos os poderes da República que ninguém sabe se vivemos uma farsa ou é apenas um pesadelo que vai passar quando acordarmos.

 

Melhor mesmo é cantar: “Oi, meu irmão, fique certo/ Não demora e vai chegar/ Aquele vento mais brando/ E aquele claro luar/ Que por dentro desta noite/ Te ajudarão a voltar/ Monte em seu cavalo baio/ Que o vento já vai soprar/ Vai romper o mês de maio/ Não é hora de parar/ Galopando na firmeza/ Mais depressa vais chegar (Vento de maio, Torquato Neto).