segunda-feira, 7 de outubro de 2024

Votar

 


 

A segunda-feira amanheceu igual a todas as outras, a não ser pelo lixo espalhado em frente às escolas e prédios públicos, locais onde os eleitores compareceram para o cumprimento do “dever cívico” que, no Brasil, se repete de dois em dois anos. Na campanha municipal deste ano os partidos políticos tiveram direito à bagatela de R$ 4,96 bilhões do Fundo Especial de Financiamento de Campanha, mais conhecido por Fundo Eleitoral. Dinheiro público para ser usado à vontade.

Resultados divulgados, vida que segue, com exceção das 52 cidades onde haverá segundo turno, inclusive São Paulo, município com o terceiro maior orçamento governamental do país e em que a polarização direita x esquerda iniciada em 2017 permanece viva.

A origem etimológica da palavra voto está ligada ao latim votum, que significava uma promessa solene feita aos deuses. Mais à frente, aproximadamente no século XV, o termo passou a designar a manifestação do cidadão em relação a uma proposta ou a um candidato a um cargo eletivo.

Atribui-se ao afamado e polêmico político britânico Winston Churchill a seguinte frase: “A democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor que ela”.

Mutatis mutandis, a gente ter a possibilidade de escolher nossos governantes é bem salutar, apesar de que, desde a redemocratização do país, em 1985, muita água passou por debaixo da ponte e velhas mazelas dos tempos dos coronéis não foram abandonadas. A Polícia Federal apreendeu, por exemplo, 21 milhões de reais em espécie, ou seja, dinheiro vivo, num percentual 14 vezes maior do que na eleição municipal de 2020. Destino desse montante: compra de votos.

É claro que devemos separar o joio do trigo, e ter ao menos um pouco de esperança de que nossos futuros prefeitos e vereadores, ou mesmo aqueles que foram reeleitos, estão imbuídos das melhores das intenções em trabalhar a favor dos munícipes. No Recife, só para citar um caso de maior repercussão, o atual mandatário foi reeleito em 1º turno com mais de 70% dos votos válidos. Quero crer que isso signifique que ele esteja fazendo um bom trabalho. No Rio de Janeiro, idem.

Enfim, como tudo isso é tão somente um grande ensaio para o embate presidencial de 2026 (mais a escolha de senadores, deputados federais e estaduais e governadores) ficamos na plateia aguardando as cenas dos próximos capítulos. Na expectativa de que não seja apenas mais do mesmo.

Quem viver, verá!

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