Foi em 2008, num princípio da noite do dia 11 de outubro, que nasceu Alice, a Primeira. A neta que veio, segundo reza a lenda que circula nos meios familiares, para amolecer meu coração. Se foi para isso, não sei, mas, com certeza, tem esse mérito.
Netos e netas, já tenho falado a respeito desse assunto, são melhores do que filhos, no sentido de que são prova viva da continuidade, de gerações que se seguem umas às outras e de um amor renovado e crescido.
Além disso, têm a vantagem de não darem tanto trabalho e a responsabilidade ser limitada. Avôs e avós existem para as brincadeiras e para fazer aquelas vontades que os pais proíbem, tipo dormir depois da hora, comer doce fora do final de semana e outras coisinhas parecidas.
Hoje já são quatro – duas meninas e dois meninos. Mas a Primeira detém todas as benesses contidas nessa prerrogativa de ter sido aquela que rompeu barreiras e faz com esse escriba o que quer, pois de outro jeito não pode ser. Rendo-me ao vosso reinado.
É claro que com 16 anos os interesses próprios da idade são outros. Se os pais já parecem para os jovens um tanto ultrapassados, avaliem um sessentão ligeiramente barrigudo e com a cabeleireira branca e apresentando pequenas marcas de calvície.
Mesmo sofrendo com a ausência por conta de estudos, esportes e até o trabalho de menor aprendiz e um jeito menos carinhoso de falar (se ela ler essa crônica vou levar um puxão de orelha), sei que também sou amado e só posso agradecer a Deus por tê-la em minha vida, e todos os demais.
Vida longa e próspera, Alice, e que todos os teus sonhos de conquistas e realizações possam se tornar reais. Você tem capacidade para isso. E eu estou aqui para apoiar no que estiver ao meu alcance. Mesmo que seja tão somente para servir de motorista e levá-la e buscá-la na escola, aos treinos de vôlei e adjacências. Me preenche o dia e me faz feliz esses minutos ao teu lado.
Felicidades hoje e sempre. Ósculos e amplexos fraternais de quem eternamente deseja o teu bem.
E, por favor, não esqueça mais o celular no carro. Mesmo sendo para você, é chato sair de casa novamente para lhe entregar o fone, sem o qual, hoje em dia, ninguém fica nem um minuto.
Parabéns!
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