Tem coisas que acontecem nas vidas das
pessoas que só quem passa por dentro é que dá a devida importância. Para uns
pode parecer uma mera banalidade, mas aquele ou aquela beneficiado(a) se sente
tão gratificado(a) que agradece aos céus por ter recebido algo comparado a uma
benção divina.
Esses dias entreouvi uma senhora já
adiantada na idade comentar a maravilha ocorrida na vida dela quando recebeu de
presente da filha uma bunda sintética ou glúteo artificial. É que a madame, ao
longo de sua existência, ficou magérrima e não encontrava mais conforto para
sentar em cadeira nenhuma, com exceção daquelas poltronas de gamer estofadas ao
extremo.
Por conta disso, não queria mais sair de
casa, e vivia reclusa. Com o bumbum de plástico, a limitação óssea deixou de
existir, e já podia sentar até nos bancos mais duros. “Pegue aqui – dizia ela –
e veja como é macia”. E a interlocutora, não se fazendo de rogada, apalpava as
nádegas salvadoras, acenando a cabeça com aquela expressão no rosto de que,
realmente, eram bem almofadadas.
Incrível como um simples artefato de
silicone foi capaz de melhorar a qualidade de vida de uma maneira tão inusitada.
O que talvez tenha sido colocado no mercado como opção estética ou de vaidade
para as mulheres, encontrou uma utilidade, digamos, mais nobre e até mesmo
libertadora.
Agora, devidamente amparada por seu acolchoado
traseiro, nossa amiga está apta a enfrentar o mundo novamente, sem medo de ser
feliz.
Quem
diria!
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