quarta-feira, 6 de outubro de 2021

O mundo (quase) parou

 


         Estava eu completamente absorvido pelo trabalho, no já popular home office, ou ainda o menos comum remote work, pois aquele estava sendo um dia extremamente produtivo, quando minha filha caçula chegou em casa (a atividade profissional dela voltou a ser presencial), na boquinha da noite, e perguntou se meu celular estava silencioso.

 

         Foi quando caiu a ficha de que, efetivamente, o aparelho que hoje em dia se usa até para telefonar tinha estado estranhamente quieto por longas horas. Fiquei, assim, sabendo que havia ocorrido um bug no Facebook e suas empresas associadas, inclusive o famoso WhatsApp, que ocasionou uma pane global que perdurou, para muitos, por intermináveis 420 minutos.

 

         Busquei, então, os canais eletrônicos de notícias, e tomei conhecimento do problema que quase parou o mundo e causou prejuízos financeiros até ao bilionário Mark Zuckerber, proprietário das redes sociais afetadas por um tal de "5XX Server Error", uma falha no computador central dos serviços, que não estava conseguindo completar as solicitações dos usuários e, por isso, não tinha como atender aos pedidos emitidos de todos os pontos do planeta, inclusive do nosso cantinho tropical.

 

         Deveras interessante. Do nada, centenas de milhões de pessoas espalhadas ao redor do mundo sentiram a sensação de que estavam sem chão. Incrível como a tecnologia, tão eficiente e necessária, sem dúvida, quando apresenta algum defeito provoca tantos transtornos, principalmente econômicos, pois negócios deixaram de ser realizados, dos menores aos maiores.

 

         E isso sem contar o incômodo emocional naqueles e naquelas que estão, por assim dizer, “viciados(as)” no “zap” e não conseguem ficar nem um minuto sem olhar se chegou alguma mensagem, avaliem horas de mudez forçada. Por isso que mantenho meu smartphone configurado para silenciar as notificações. Dessa maneira, olho somente se quero, e não quando aquele reconhecível sinal sonoro dá o ar da graça.

 

         Tanto é que passou desapercebido para mim o período em que o dito cujo ficou desativado, o que me faz acreditar que nem tudo está perdido. Afinal, viver é bom, mas saber viver é melhor. E uma vida saudável inclui, a meu ver, momentos de desapego desse aparato tecnológico e virtual.

 

Proponho que uma vez por semana todas as redes sociais mundiais sejam desligadas, e que os seres humanos aproveitem para fazer coisas, digamos, humanas. Será benéfico, acredito.

 

Vamos experimentar?

Nenhum comentário:

Postar um comentário