Estava eu completamente absorvido pelo
trabalho, no já popular home office, ou ainda o menos comum remote
work, pois aquele estava sendo um dia extremamente produtivo, quando minha
filha caçula chegou em casa (a atividade profissional dela voltou a ser
presencial), na boquinha da noite, e perguntou se meu celular estava
silencioso.
Foi quando caiu a ficha de que,
efetivamente, o aparelho que hoje em dia se usa até para telefonar tinha estado
estranhamente quieto por longas horas. Fiquei, assim, sabendo que havia ocorrido
um bug no Facebook e suas empresas associadas, inclusive o famoso
WhatsApp, que ocasionou uma pane global que perdurou, para muitos, por intermináveis
420 minutos.
Busquei, então, os canais eletrônicos de
notícias, e tomei conhecimento do problema que quase parou o mundo e causou
prejuízos financeiros até ao bilionário Mark Zuckerber, proprietário das redes
sociais afetadas por um tal de "5XX
Server Error", uma falha no computador central dos serviços, que não
estava conseguindo completar as solicitações dos usuários e, por isso, não
tinha como atender aos pedidos emitidos de todos os pontos do planeta,
inclusive do nosso cantinho tropical.
Deveras interessante. Do nada, centenas
de milhões de pessoas espalhadas ao redor do mundo sentiram a sensação de que
estavam sem chão. Incrível como a tecnologia, tão eficiente e necessária, sem
dúvida, quando apresenta algum defeito provoca tantos transtornos, principalmente
econômicos, pois negócios deixaram de ser realizados, dos menores aos maiores.
E isso sem contar o incômodo emocional
naqueles e naquelas que estão, por assim dizer, “viciados(as)” no “zap” e não
conseguem ficar nem um minuto sem olhar se chegou alguma mensagem, avaliem
horas de mudez forçada. Por isso que mantenho meu smartphone configurado
para silenciar as notificações. Dessa maneira, olho somente se quero, e não
quando aquele reconhecível sinal sonoro dá o ar da graça.
Tanto é que passou desapercebido para mim
o período em que o dito cujo ficou desativado, o que me faz acreditar que nem
tudo está perdido. Afinal, viver é bom, mas saber viver é melhor. E uma vida
saudável inclui, a meu ver, momentos de desapego desse aparato tecnológico e
virtual.
Proponho
que uma vez por semana todas as redes sociais mundiais sejam desligadas, e que
os seres humanos aproveitem para fazer coisas, digamos, humanas. Será benéfico,
acredito.
Vamos
experimentar?
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