segunda-feira, 17 de maio de 2021

Um conto fantástico (*)


Eu estava numa floresta, mas não tinha a mínima ideia de como tinha ido parar lá.

 

De repente, percebi que havia um bicho saindo de um riacho próximo do local onde me encontrava. Olhei bem e vi que era uma preguiça, tamanho médio, com unhas enormes e aquela cara de quem estava com.....preguiça. Lentamente, arrastou-se na minha direção, e ouvi uma voz fina e tranquila dizer: "Não tenha medo. Não vou lhe fazer mal". Procurei quem falava. Para minha surpresa, era a preguiça. "Sim, sou eu", afirmou, balançando a cabeça e ficando à minha frente. "Não sabia que animais falavam", disse para puxar assunto e entender o que estava acontecendo.  

 

- Sim, falamos, mas não são todos que querem nos ouvir".

 

Estendendo a pata peluda em minha direção, perguntou: "Quer passear?". Pensei em recusar, mas naquela situação não fazia muita diferença. Segurei na “mão” do bicho e, num instante, voávamos mansamente sobre a floresta. Abaixo de nós, víamos a vegetação, outros animais e, também, enormes áreas queimadas, devastadas, espaços vazios onde a vida estava se extinguindo. Percorremos grandes distâncias em poucos segundos.

 

Na volta ao ponto inicial da jornada, a preguiça, em tom de despedida, disse: "Essa é a nossa casa que está sendo destruída. Nos ajude a preservá-la. Fale com seus amigos e amigas. Seja a nossa voz”. Abraçou o tronco de uma árvore e iniciou a escalada para os galhos onde iria passar a noite.

 

E eu? Bem, acordei. Foi tudo um sonho, mas toda a vez que me lembro paro para pensar: o que posso fazer para ajudar a minha amiga preguiça?

 

 

(*) Texto de autoria de minha neta Alice Pacheco Fernandes, 12 anos, para um trabalho escolar.

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