Eis que o segundo domingo de maio
chegou. Após dois dias de intensas chuvas e vendavais, o céu refulge no espaço
infinito anunciando a volta do Sol, quem sabe para também homenagear aquelas
que, conforme se sabe, só existe uma, pelo menos biologicamente falando.
Nessa manhã de suave brilho
característico do período outonal, famílias inteiras segregadas pela pandemia
tentam reativar, mesmo que virtualmente, laços de união anteriormente
menosprezados, aflorados por conta da distância física forçada e impulsionados pelo
medo causado pela notícia de mais de 400 mil perdas.
Aqueles já vacinados e mais confiantes
(ou mais afoitos) organizam um café da manhã reforçado ou o tradicional almoço
especial, onde filhos e netos, genros e noras fazem loas à rainha do lar, para
usar uma expressão tradicional do século passado.
Tudo muito bem, tudo muito legal. A exemplo
do Natal, o Dias das Mães, em tempos mais recentes, foi caracterizado como uma
data comercial, o que não deixa de ser verdade, mas podemos, a meu ver, relevar
esse aspecto. Essas, digamos, efemérides servem para dar um destaque a pessoas
ou situações que, na correria cotidiana, passam desapercebidas, pois a rotina
tende a banalizar ou se dar menos importância àquilo que merece nossa atenção.
Mas o que se deve reconhecer, sem
dúvida, é que a mulher que se dispõe a carregar em seu ventre, durante meses, o
embrião/feto, desde a concepção até o nascimento, de um novo ser, demonstra um
ato intenso de doação inigualável, comparável ao amor divino. E depois toda
aquela dedicação, cuidado e paciência num trabalho que parece que não termina
nunca.
Fico imaginando quão árdua era a labuta
daquelas senhoras que tinham filhos e filhas praticamente sem intervalo entre
uma gravidez e outra, gerando dez, doze ou mais crianças. E de outras que não
abandonam descendentes com alguma deficiência, seja física ou mental. Não é
brincadeira, não é para ser esquecido.
Que
a sublime mãe do Verbo Encarnado, a Virgem da Conceição, cubra a todas essas
abnegadas com seu manto de candura e luz, agora e sempre.
Feliz
Dia das Mães!
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