domingo, 29 de junho de 2025

Lembranças

 

Em A Tribuna de 28/06/25 a escritora, pesquisadora e professora titular de Literatura do IFES, Andréia Delmaschio, na coluna “Tribuna Livre”, publicou um artigo intitulado “Por que ler Renato Pacheco?”, que foi magistrado, professor, historiador, sociólogo e escritor dos mais importantes dessas terras capixabas, de quem tenho a honra de ser filho.

 

A articulista pergunta, e ela mesma responde: “Porque grande parte dessa produção (se referindo aos poemas, romances, textos sobre cultura popular, estudos da área do Direito, História e Sociologia escritos por ele) segue atualíssima, o que indica, por um lado, o alcance da visão do autor, por outro, pouca transformação na sociedade de que se trata. Ler Renato Pacheco é conhecer melhor o lugar onde ele viveu e onde vivemos”.

 

Esse, a meu ver, é um ponto importante para entendermos melhor a sociedade que temos hoje. Sabemos que somos resultados de uma longa caminhada iniciada por nossos antepassados. Mas esse mundo digital, com seus inúmeros influenciadores deletérios e mensagens instantâneas, que se perdem de um dia para o outro, não deixa muito espaço para esse tipo de aprendizado e conhecimento. A própria professora Andréia indaga, no início de seu texto, quantos que estudam na Escola Estadual Renato Pacheco, em Vitória, sabem quem foi o homenageado.

 

Enfim, muitas são as pessoas, homens e mulheres que contribuíram em favor do crescimento intelectual e espiritual dos seus irmãos de jornada terrena, que estão esquecidas, com trabalhos empoeirados escondidos em alguma prateleira, ou até mesmo digitalizados, mas inacessíveis e pouco conhecidos. Alguém disse que o brasileiro tem memória curta, mas eu acho mesmo é que quase todos os nossos dirigentes municipais, estaduais e federais é que, desde o descobrimento, não estão nem aí para a hora do Brasil, conforme se dizia antigamente, preferindo cultivar outros valores e princípios.

 

Haja vista a quantidade de telas disponíveis hoje em dia, mas quem, entre os mais jovens, ainda tem interesse em ler um bom livro ou estudar mais profundamente algum tema. É a época das futilidades e da cultura rasa. Ainda bem que existem alguns abnegados, a exemplo da professora Andréia Delmaschio, para que nem tudo fique perdido nos escaninhos de uma história mal contada.

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