segunda-feira, 3 de outubro de 2022

Vida que segue...

 


                Todos os meus temores estavam infundados.

 

        Não houve briga, ou pouca briga, as seções eleitorais funcionaram regularmente, apesar das filas, e as urnas eletrônicas cumpriram sua função a contento, pelo menos não se ouviu nenhuma reclamação, que eu saiba.

 

        Os eleitos comemoram, os que, desta vez, não venceram lambem as feridas e aqueles que ainda têm um segundo turno pela frente preparam, renovam e buscam diferenciadas estratégias que garantam a vitória nessa fase decisiva.

 

        E a dita festa da democracia aconteceu. Segunda-feira amanheceu e todos voltamos ao batente, à rotina diária e aos afazeres de sempre. Os problemas continuam? É claro. Soluções à vista? Nem tanto. Mas estamos sobrevivendo.

 

        Dia 30 de outubro tudo estará resolvido. Daqui até lá em alguns estados e nacionalmente a campanha eleitoral continua. Espera-se que seja mantido um mínimo de civilidade entre os litigantes. Afinal, o debate é de ideias, e ao final de todo o processo continuaremos sendo parentes, vizinhos e morando nos mesmos lugares.

 

        Atribui-se a Winston Churchill a frase de que “a democracia é o pior dos regimes políticos, mas não há nenhum sistema melhor do que ela”. Quase todos os países ocidentais usam este sistema, cuja origem é atribuída aos antigos gregos, inclusive quanto à etimologia da palavra: demos = povo; kratos = poder.

 

        Esse tipo governo em que o cidadão, através do comparecimento periódico às urnas, exerce a soberania popular elegendo os dirigentes para cargos dos poderes Legislativo e Executivo (em alguns outros países até de algumas instâncias do Judiciário), tem hora que parece um tanto complicado, com inúmeros acordos, esquemas e conchavos, onde os gatos não são tão pardos quanto parecem e o adversário de hoje pode ser o apoiador de amanhã.

 

        Mesmo assim, é o que melhor se aproxima de um efetivo governo do povo, pelo povo e para o povo – idealmente falando. Precisamos continuar praticando, sem enveredar por aventuras outras. Uma hora saberemos escolher melhor e teremos prefeitos, governadores, presidentes, deputados e senadores que façam jus à confiança recebida de nós, meros eleitores.

 

        Que venha o segundo turno.

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