quarta-feira, 7 de setembro de 2022

E o mundo não acabou...

 


        E são 200 anos de independência, desde o famoso Grito do Ipiranga, proferido pelo então Príncipe Regente às margens do riacho de mesmo nome, em São Paulo, naquele ano de 1822, mais de três séculos desde o início da colonização portuguesa em solo pátrio.

 

        Em duzentos anos se constrói muita coisa, ou nada. O Brasil continua sendo o “país do futuro”. Nos tornamos uma República, mas temos o Rei do Futebol e outros nobres tanto no esporte quando na música e em diversas outras áreas do entretenimento.

 

        Infelizmente, a campanha eleitoral serviu para tomar conta desse festejo histórico tão importante, pois (pelo menos não chegou ao meu conhecimento) não se ouviu falar de iniciativas significativas que lembrassem a data, marco inicial da construção de uma nação, com exceção, talvez, da reinauguração, na capital paulista, do Museu do Ipiranga, administrado pela USP, cuja beleza pode ser apreciada no site www.museudoipiranga.org.br.

 

        Vale registrar que a audácia de Dom Pedro I acabou custando caro ao país, pois Portugal recebeu uma indenização no valor de 2 milhões de libras esterlinas, incluindo, nesse cálculo, os 60 mil itens da Biblioteca Real que Dom João VI trouxe para o Rio de Janeiro, em 1808, quando fugiu das tropas napoleônicas. Está tudo registrado no Tratado de Paz e Aliança, assinado em 1825 entre os dois países e arquivado na Torre do Tombo, em Lisboa.

 

        Hoje, 7 de setembro de 2022, atravessamos mais um período conturbado da nossa história, e não se sabe o que o futuro reserva para Pindorama. O que poderia ser motivo de festa e união entre os brasileiros se tornou alvo de disputas insanas entre aqueles que almejam o poder pelo poder. Pelo menos, porém, o dia não teve maiores turbulências, conforme tinha sido previsto pelos arautos da desordem.

 

        Só nos resta seguir em frente, na esperança de dias melhores, onde todos, independentemente de sexo, credo e raça, se sintam acolhidos e amparados de norte a sul, de leste a oeste. Afinal, “já choramos muito/muitos se perderam no caminho/mesmo assim não custa inventar/uma nova canção/que venha nos trazer/Sol de primavera/abre as janelas do meu peito/a lição sabemos de cor/só nos resta aprender”, pois “já sonhamos juntos/semeando as canções no vento/quero ver crescer nossa voz/no que falta sonhar” (Sol de Primavera, Beto Guedes e Ronaldo Bastos).

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