Estava eu placidamente obedecendo uma
ordem superior de ir ao supermercado comprar tomate quando uma funcionária do
estabelecimento comercial se aproximou para fazer a reposição de mercadorias.
Distraidamente reparei que a jovem tinha
uma tatuagem no braço direito, um pouco acima do cotovelo, com a seguinte
frase: “Sou feita de cicatriz e gratidão”.
Pesquisei na net e encontrei um
texto de Fabíola Simões tendo por título a expressão acima descrita, bem como
diversas fotos de pessoas que fizeram também o mesmo registro, na própria pele,
em pontos diversos, como pescoço, pernas e costas. Parece coisa de alguma tribo
urbana.
Não tinha ainda parado para pensar sobre
esse ponto de vista, mas me pareceu uma reflexão interessante. Afinal, quem
nunca sofreu dores diversas, físicas ou emocionais? E qual de nós já se sentiu
grato ou gratificado por alguém? Todos, imagino.
Acredito que a dor é inerente à condição
humana. E todo sofrimento gera marcas, com mais ou menos profundidade no nosso ser.
Ninguém escapa de dissabores, seja por incompreensões de terceiros ou por
atitudes deletérias de nossa própria parte. O importante, porém, é, como se diz
popularmente, dar a volta por cima. Não há mal que sempre dure.
No outro lado da moeda, ações benéficas,
palavras amigas, fraternidade distribuída incondicionalmente e tantos outros
sentimentos positivos que possamos repartir para receber de volta na espiral
cíclica universal enchem nossos corações de alegria e de deleitosa sensação de
bem-estar. É o amor, a força mais poderosa que existe.
Por isso que devemos “queimar no fogo a
mágoa e o desgosto/dormir na brisa fria da manhã/deixar a chuva me lavar o
rosto/fazer da vida um canto de louvor” (Canto de Louvor – Leci Estrada).
Simples, mas não tão fácil. Nem por isso
podemos esmorecer, pois o caminho é comprido, mas só termina quando cumprido. Chegaremos lá, com a graça de Deus.
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