Depois
de um período nada sabático em que passei mais tempo assistindo televisão, basicamente
séries e esportes (o Super Bowl vem aí), do que qualquer outra coisa, resolvi
voltar ao bom e velho hábito da leitura, que havia deixado de lado por pura
preguiça, desencantado com algumas coisas da vida e do mundo, e comigo mesmo,
ainda me acostumando com uma aposentadoria precoce.
Meu saudoso pai, Renato Pacheco, não nos deixava faltar nada para ler, nem que fosse uma revistinha do Pato Donald ou do Tio Patinhas, sucesso com a criançada em décadas passadas. Mais à frente, além de romances e biografias, meus preferidos, comprava nas bancas Placar e Veja (lia inclusive os anúncios), até que fiz assinatura de ambas. Por necessidade profissional não deixava escapar nenhum jornal que me caísse nas mãos.
Costumo
ler mais de um livro por vez, um pouquinho de cada um, geralmente deitado na cama,
depois do almoço e à noite, antes de dormir.
Encontrei
na minha estante, e estou relendo-o, um clássico dos estudantes de Direito, que
é A cidade antiga, de Fustel de Coulanges, na edição de 1998 da Martins
Fontes. O autor é um renomado historiador francês, dos anos 1880, que traça, de
forma bem detalhada, mas sem erudição exagerada, observando, porém, o rigor
científico necessário, dos primórdios das cidades, suas instituições jurídicas,
familiares, políticas e religiosas. Recomendo.
Junto
com o livro 20 anos sem Renato Pacheco, editado pelo Instituto Histórico
e Geográfico do Espírito Santo, ganhei também Espírito Santo – histórias,
de João Eurípedes Franklin Leal, os números 80 e 81 da revista do IHGES e Breve
notas quase-literárias, de Getúlio Marcos Pereira Neves, este uma agradável
surpresa, pela leitura fácil e relatos interessantes sobre a cultura e aqueles
que a fazem em terras capixabas, sem contar as inúmeras boas referências ao
autor de A oferta e o altar.
E
completando minha atual lista de leituras, para não parecer que estou muito
esnobe, tirei a poeira de A porta de bronze e outros contos, de Raymond
Chandler (edição da Editora Record de 2009). Seu famoso detetive Philip
Marlowe, entre uma bebida e um cigarro, resolve sequestros e assassinatos na
Los Angeles da época da Grande Depressão. Ao lado de Dashiell Hammett, Chandler
compõe o panteão dos mais afamados escritores do romance policial americano, a
dita literatura noir. Muito bom para uma leitura sem compromisso.
Aguarda
a vez na mesinha de cabeceira a coleção completa de O tempo e o vento,
do gaúcho Erico Veríssimo. São sete volumes – O Continente, O Retrato e O Arquipélago
– numa caixa editada primorosamente pela Companhia das Letras.
Até
o Carnaval já tenho com o que me divertir.
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