Num
lugar muito, muito distante, e muito antigo também, cuja localização havia se
perdido ao longo dos séculos, cercado por montanhas inacessíveis e banhado por
rios de águas cristalinas, com verdes gramados onde o vento soprava mansamente
entre árvores de todas as espécies, grande e pequenas, e flores de raras
belezas, vivia um pequeno e solitário unicórnio. O nome dele era Único.
Único
assim se chamava porque ali não havia nenhum outro animal parecido com ele.
Unicórnio, todos sabem, tem a forma de um cavalo, geralmente branco, com um
chifre em espiral no centro da cabeça e uma pequena barbicha parecida com a de
bode. Único, porém, quando jovem, era prateado, e sua pele brilhava quando
tocada pela luz do Sol. Ele corria livre por aqueles campos, em convivência
pacífica com demais seres que ali habitavam.
À
medida que foi crescendo, e ficando com o pelo de uma alvura inigualável, Único
começou a perceber que todos os outros bichinhos da floresta viviam em pares:
os passarinhos, os pequenos esquilos, os grandes ursos e até mesmo os peixes tinham
outros iguais, formando casais e se reproduzindo quando a natureza assim
determinava. Mas ele estava só, e não entendia o motivo.
Único
gostava todos os dias de subir uma pequena colina para contemplar o nascente,
pois a energia solar era muito importante para ele, lhe dava força e
resistência. Numa manhã de esplêndida beleza, enquanto se nutria daquela
luminosidade divina, notou que os raios do Sol formavam um tipo de trilha e
daquele caminho etéreo vinha descendo um ser igual a ele, mas menor um pouco e
com feições mais suave, como se fosse, e era, uma unicórnio.
Extasiado
diante do que estava acontecendo, Único sentiu uma alegria incomparável e
recebeu com muitas demonstrações de carinho a sua parceira, que se chamava Aurora, passando a conviver com ela para
todo o sempre naquele mundo mitológico. Desde então, mudou seu nome para Amor.
E foram felizes no infinito e além.
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Minha neta Kiara Mariah, que está começando a dar os primeiros passos no mundo
da leitura, viu a pequena brochura intitulada Uma aventura (quase) galáctica
que escrevi para Alice, a Primeira, minha neta mais velha, e me pediu um texto
sobre o bichinho preferido dela, que é o unicórnio. Daí esse pequeno exercício
literário fantasioso.
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