Caboclo
nascido num seringal amazônico, onde viveu, em meio ao florestal, parte da
primeira infância, Carmiro Gabriel da Costa era daquelas pessoas que ninguém
esquece. Olhar penetrante, cativava a todos com seu jeito simples, amoroso e
fiel. Por onde passava, deixava a sua marca. Pensamento ligeiro, era um líder
nato, a quem se obedecia tranquilamente, pois sabia alcançar os corações de
homens e mulheres com sua palavra amiga e sincera.
Atingido
por um infarto fulminante, Carmiro, aos 67 anos de idade, deixou o plano
terreno na tarde do dia 03 de março de 2025, deitado em sua cama, após o
almoço. Estava num sítio de sua propriedade. Seu falecimento somente foi
descoberto quando foram chamá-lo ao final do dia. Porto Velho, cidade em que
morava, sofre com essa perda, com especialidade a irmandade da União do Vegetal,
onde se destacava como uma das lideranças mais importantes.
Muito
anos-luz à minha frente na vida espiritual, Carmiro sempre me honrou com sua
amizade e respeito, e quando o celular tocou nessa madrugada já me levantei
sabendo que não era notícia boa. Infelizmente, foi pior ainda do que poderia
imaginar. Pai exemplar, formou uma família em base sólida, com sua esposa e os
quatros filhos (três homens e uma mulher), além de inúmeros netos.
A
distância (sem falar no preço escandaloso dos bilhetes aéreos) não me permite
estar lá para lhe prestar uma última homenagem, mas elevo meu pensamento a Deus
rogando que o acolha em uma de suas moradas, enviando conformação aos
familiares, amigos e irmãos de fé, entre os quais me incluo, que continuam
pelejando nesse mundo atroz, mas na certeza de que permanecem as muitas e boas
lembranças.
Saudade
é coisa que a gente só sente estando a distância presente, canta o grupo
Temucorda na música Peregrino, e o Mestre Carmiro cumpriu sua missão na
vida material, nessa encarnação, deixando um nome e uma obra que todos vão se lembrar com
amor.
Vá
em Paz, Velho Amigo!
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