terça-feira, 25 de março de 2025

Março

 

Março, o terceiro dos doze meses do nosso calendário gregoriano, e um dos seis com 31 dias, é um marco divisor, uma passagem entre o final do verão e o início do outono no hemisfério sul, com suas temperaturas mais amenas, ao menos em tese. Astrologicamente falando é considerado um período de vibrações positivas relacionadas à prosperidade. É representado pelo planeta Marte.

 

Na minha vida pessoal, março está marcado por dois momentos de dor e saudade e também um momento de grande alegria. A tristeza advém do falecimento do meu pai, Renato José Costa Pacheco, aos 75 anos, no dia 18 de março de 2004, assim como da morte da minha mãe, Clotilde “Tildinha” Bomfim Pacheco, com quase 97 anos de idade, no dia 25, em 2023.

 

Porém, foi também em março, no dia 20, do ano de 1983, que nasceu a minha filha do meio, Taís, atualmente de sobrenome Diniz, casada e com dois filhos – Kiara e Aron.

 

Deus, em sua infinita sabedoria, é quem determina se vai chover ou fazer sol, assim como a data de morrer e a data de nascer. A nós, pobres mortais, só resta buscar conformação, no que for preciso se conformar, e nos alegrarmos, naquilo que for motivo de alegria. E vida que segue.

 

Mais uns dias já estaremos em abril, e 2025 caminha célere para a sua metade. Dizem que o tempo está acelerado, que os anos estão passando mais rápidos. Não sei se é verdade, mas que parece, parece mesmo. Esses dias eu tinha 18 e agora já estou beirando os 68 anos, com as graças divinas. Mas vivendo e achando bom.

 

Conforme diria Tom Jobim, “são as águas de março fechando o verão, é a promessa de vida no teu coração” (Águas de março).

terça-feira, 4 de março de 2025

Irreparável

 

Caboclo nascido num seringal amazônico, onde viveu, em meio ao florestal, parte da primeira infância, Carmiro Gabriel da Costa era daquelas pessoas que ninguém esquece. Olhar penetrante, cativava a todos com seu jeito simples, amoroso e fiel. Por onde passava, deixava a sua marca. Pensamento ligeiro, era um líder nato, a quem se obedecia tranquilamente, pois sabia alcançar os corações de homens e mulheres com sua palavra amiga e sincera.

 

Atingido por um infarto fulminante, Carmiro, aos 67 anos de idade, deixou o plano terreno na tarde do dia 03 de março de 2025, deitado em sua cama, após o almoço. Estava num sítio de sua propriedade. Seu falecimento somente foi descoberto quando foram chamá-lo ao final do dia. Porto Velho, cidade em que morava, sofre com essa perda, com especialidade a irmandade da União do Vegetal, onde se destacava como uma das lideranças mais importantes.

 

Muito anos-luz à minha frente na vida espiritual, Carmiro sempre me honrou com sua amizade e respeito, e quando o celular tocou nessa madrugada já me levantei sabendo que não era notícia boa. Infelizmente, foi pior ainda do que poderia imaginar. Pai exemplar, formou uma família em base sólida, com sua esposa e os quatros filhos (três homens e uma mulher), além de inúmeros netos.

 

A distância (sem falar no preço escandaloso dos bilhetes aéreos) não me permite estar lá para lhe prestar uma última homenagem, mas elevo meu pensamento a Deus rogando que o acolha em uma de suas moradas, enviando conformação aos familiares, amigos e irmãos de fé, entre os quais me incluo, que continuam pelejando nesse mundo atroz, mas na certeza de que permanecem as muitas e boas lembranças.

 

Saudade é coisa que a gente só sente estando a distância presente, canta o grupo Temucorda na música Peregrino, e o Mestre Carmiro cumpriu sua missão na vida material, nessa encarnação, deixando um nome e uma obra que todos vão se lembrar com amor.

 

Vá em Paz, Velho Amigo!