segunda-feira, 14 de abril de 2025

Casórios

 

 

Aqui e acolá sou convidado para algum casamento. Não é exatamente meu programa favorito. Só fui ao meu porquê não tinha outro jeito (na verdade, eu estava mais ansioso para casar do que a minha consorte). Desta vez, foi o casamento de um afilhado de batismo, já com seus 30 anos bem vividos, que resolveu fazer aqueles votos de “até que a morte os separe”, conforme a citação bíblica (Mateus 19:6): “Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, ninguém separe”.

 

A alegria esperançosa estampada no rosto dos noivos me fez pensar também quando me casei, quase 47 anos atrás, cultivando os mesmos sonhos que o amor é capaz de construir. Praticamente meio século depois (as Bodas de Ouro estão chegando), só tenho que agradecer a Deus pelas três filhas, quatro netos e a mulher fiel, companheira e amorosa que a vida trouxe até mim.

 

Mas voltemos à cerimônia objeto dessas linhas, realizada em um centro espírita reencarnacionista, em que o celebrante, bastante inspirado, mostrou o caminho das pedras para uma convivência a dois de forma harmoniosa e tranquila, sem esconder, porém, que nem tudo são flores. Afinal, surpresas do cotidiano, nem sempre agradáveis, são passíveis de acontecer, e os nubentes precisam estar alerta para não serem pegos desprevenidos.

 

E depois teve aquela recepção em que todos ficaram bem descontraídos, principalmente numa boca livre repleta de guloseimas e os tradicionais doces próprios de eventos dessa natureza. E fotos, muitas fotos, que poucas pessoas vão ver (as fotografias em papel pelo menos tinham aqueles álbuns que a gente olhava de vez em quando).

 

Numa incrível coincidência, o buquê que a noiva lançou aos ares caiu aos pés da jovem irmã do noivo, que, na inocência dos seus 20 anos, pegou as flores meio sem saber o que fazer com elas. Mas a galera não deixou barato, e foi imediatamente cumprimentar o pai da moça, antevendo mais um casamento em breve na mesma família, caso seja verdade a tradição popular de que a solteira que pegá-lo será a próxima noiva.

 

Enfim, alegria de rever os amigos, confraternizar e continuar o projeto divino para a humanidade: crescei-vos e multiplicai-vos. Que as famílias, esse elo tão fundamental na existência do ser humano, se fortaleçam cada vez mais, na constância da força mais poderosa do Universo: o Amor.

 

Felicidades aos noivos e a todos.